Sinto-me estranha...

Sinto-me estranha, com certa frequência.
De uns tempos pra cá, sinto com mais frequência.
Nos últimos meses, essa estranheza me dá vontade de chorar todos os dias.
Sinto-me uma estranha no ninho, ao ver pelas janelas de carros ultra modernos, dirigidos por pessoas trajadas onerosa e elegantemente, serem jogadas garrafas, latas e restos de seus consumos.
Sinto-me uma estranha no ninho, ao ver pessoas de igual descrição estacionando em vagas reservadas, ultrapassando em sinal vermelho(colocando em risco outras vidas), roubando descaradamente dinheiro, acesso e possibilidades dos desfavorecidos, sem uma única gota de respeito à nada.
Sinto-me uma estranha no ninho, ao ver o ódio sendo destilado em defesa de um ponto de vista.
Sinto-me uma estranha no ninho, ao ver que o homem moderno considera brega a harmonia e a prosperidade entre todos os seres.
Sinto-me uma estranha no ninho, ao ver o distanciamento que o homem moderno escolheu, de Deus, manifestado em toda Criação.
E canso-me de sentir-me estranha.
Mas não consigo ser ou agir de outra forma.
Sinto-me uma estranha no ninho, enquanto os aninhados comodamente, consideram-me uma chata.
É difícil lidar com essa sensação, sem enlouquecer, sem desejar a abdução diariamente, sem sofrer com o desprezo dos 'normais'.
Mas, a fé que nutre os estranhos, como eu, é tão imensa, que coisas extraordinárias acontecem, para suavizar a caminhada.
E eu, também fui escolhida.
Num dia de profunda dor causada por imensa estranheza, uma mensagem desperta em mim o entendimento necessário para suavizar a caminhada: "Quem vê o Sagrado em tudo, trata tudo como Sagrado!"
E aqui estou, com a certeza agora, de que não sou eu a estranha no ninho.
E que Deus me dê sabedoria para jamais ser normal!
Desejo à todos um fim de semana cercado do Sagrado por todos os lados!
NAMASTÊ!