terça-feira, 4 de setembro de 2012

Tadásana - Postura da montanha

"Texto retirado do site Yoga pela Paz" Ela começa a dar os comandos: De pé, junte as bordas internas dos seus pés. Alargue a distância entre os dedos, sentindo-os como extensão dos metatarsos, para que você consiga alongar e alargar os dedos para frente. Mas eu não estou muito feliz com eles: Putz, logo essa postura? Eita postura chata… Já tive um dia tão tedioso. Aliás… esqueci de responder aquele e-mail. Mas peraí. O que ela está falando mesmo? Metatarsos. Ok. Porque estou contraindo meus dedos do pé para fazer tudo isso que ela está me dizendo para fazer? Leve o peso do seu corpo para os calcanhares. Onde está meu peso? Para dentro, para fora, para frente ou para trás dos meus pés? Para frente, sempre para frente. Por que você é assim, Carolina? Porque está sempre com a cabeça lá na frente, no futuro? Quanta ansiedade… Preciso voltar a meditar diariamente. Peso para os calcanhares. Inspira, expira, inspira, expira. Não é que essa simples ação mudou meu fluxo de pensamentos? Observe a ação das suas pernas e das suas coxas. A musculatura subindo. Gira as coxas internas para dentro. Abra as virilhas posteriores para fora e com esse espaço entra com o cóccix para dentro do seu corpo. Resista com a coxa frontal para trás e absorva a lateral externa da canela, da coxa e da bacia. Estou focada. Entendo através da inteligência do meu corpo que puxar a energia da Terra me centra, me coloca no momento agora. Meus olhos estão abertos, fixos num ponto à frente, mas olham para dentro. Observe o alongamento que você criou no seu tronco e a energia que você movimentou para o centro do peito. Amarelo. O centro do meu peito está amarelo. Plexo Solar. Paz. Coração aberto. Leva a ponta do ombro para trás, gira os braços para fora. Antebraço e palma da mão para dentro. Osso, músculo, pele. Cada um deles tem seu papel nesse movimento. A ponta da escápula entra e traz meu coração para frente. As costelas abrem imediatamente e o cóccix se desalinha. Inspira, expira e fecha as costelas, contraindo o abdômen, traz o cóccix para baixo. Contrai as pernas. Peso para os calcanhares novamente. A energia está ainda mais contida no meu corpo. Concentração aumenta. Equilíbrio físico e mental. Sinta a energia fluir através dos dedos da sua mão. As palmas das minhas mãos vibram e queimam. Quanta energia! Relaxa a garganta. Relaxa a base do seu pescoço para dentro do corpo. Inspira, expira. Com o relaxamento da garganta e do pescoço, os trapézios se soltam e o peito abre ainda mais. Paz. Relaxa a face para dentro da face. Completo a postura. Tadásana. Postura da montanha. Estou em equilíbrio e posso observar as flutuações da minha mente sem me relacionar com os pensamentos. Alinhada e focada, abro espaço para meu corpo sentir. Memórias celulares vêm à tona. Com o fluxo de pensamento lento, o que se passa na minha tela mental muda de figura. São imagens de sonhos, lembranças de infância. Não me apego a elas. Libero, apago e transmuto. Inspiro. Expiro. Peso para os calcanhares. A energia da Terra entra pelos meus pés e vem subindo pela força que faço com as pernas. Entra no meu quadril, abdômen, se expande no meu peito e assume uma forma ainda mais poderosa. Difícil de explicar o que está acontecendo. Só observo. O fluxo energético sobe pelo pescoço e olhos, chegando ao alto da cabeça. Conexão. Sinto-me segura frente ao futuro, ao desconhecido. Confio no fluxo Divino. Estou acompanhada e conectada. Paz. Shanti. Eu sou. Terra e Céu conectados através de mim. Eu sou montanha. Montanha sem medo. Montanha forte, consciente e amorosa. Inspira, expira, inspira, expira. Tadásana. Eu sou. Carolina Bergier − Jornalista ambiental, escritora e praticante de yoga há 7 anos. A busca pela consciência integral permeia sua vida.

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